O Campo e o Envio de Missionários
Introdução
No início de 1997 eu estava caminhando em direção à uma aldeia onde havíamos plantado a segunda igreja entre a tribo Konkomba em Gana. No começo da tarde atravessava o leito seco do rio Molan quando, cansado, resolvi sentar-me no meio daquele leito e recuperar o fôlego por alguns instantes. Comecei a mexer com aquelas pedrinhas arredondadas e buriladas pelas águas que por ali passavam na maior parte do ano. Eram ‘pedras de rio’ e, apesar dos diferentes tamanhos, possuíam uma forma parecida, lapidadas pelas correntezas ao longo dos anos.
‘, ‘Cavando um pouco naquele lugar descobri que uma outra qualidade de pedras compunha também o leito do rio Molan. Eram pedrinhas quadráticas e pontiagudas. Percebi então que, apesar destas pedrinhas fazerem parte do mesmo leito do mesmo rio, permaneciam em suas formas abrutecidas, não lapidadas, não buriladas pelo simples fato de que estavam profundas demais para serem tocadas pelas águas e correntezas que por ali passavam.
Naquele momento pensei: a Igreja também é assim. Há entre nós grupos de queridos irmãos que fazem parte do mesmo leito, do mesmo rio, ajuntados no mesmo lugar e com o mesmo propósito. Entretanto estão tão profundamente escondidos em si mesmos, distantes o suficiente para nunca experimentarem em suas próprias vidas a transformação que vêem acontecer na existencia de tantos outros. Nunca sentiram as águas rolarem sobre si; ouvem sua voz mas não experimentam a sua presença.
1. A AÇÃO MISSIONÁRIA NÃO DEVE SER DEFINIDA EM TERMOS DE RESULTADOS MAS SIM DE FIDELIDADE AO SENHOR.
Não apregôo uma proclamação estéril do evangelho, entretanto devemos entender que a ação missionária não deve ser definida em termos de resultados numéricos, visíveis e contábeis apenas. O princípio por trás desta afirmação é que, se não formos uma bênção perto (e esta é a nossa base onde se pressupõe fidelidade de vida) nós nunca seremos uma bênção longe. Creio que a fidelidade transpõe os resultados numa perspectiva de prioridade missionária em um contexto neotestamentário.
Atos 13:2 – Servindo em fidelidade de vidas
Em Atos capítulo 13 o Espírito Santo fala à Igreja em Antioquia para que separe Paulo e Barnabé. E o versículo 2 inicia dizendo:
“E servindo eles ao Senhor…”
“Eles” refere-se à Paulo e Barnabé, e não à Igreja em Antioquia, e há no contexto lingüístico grego três possibilidades para a construção da raiz do verbo central neste versículo: “servindo”.
A Primeira possibilidade seria o uso do termo “doulos”. “Doulos” refere-se ao servo ou escravo pessoal; aquele que segue o seu amo e senhor de perto, conhece os desejos do seu coração e até mesmo os antecipa. O “doulos” é alguém que se relaciona diretamente com o seu senhor e Paulo inúmeras vezes se autodenominou de “doulos” do Senhor Jesus Cristo. Entretanto “doulos” não nos dá aqui a raiz do verbo “servindo” no versículo 2.
Uma outra possibilidade seria o uso do termo “diakonos” para a construção do verbo. “Diakonos” era o servo que servia ao seu amo através do serviço realizado na comunidade. Quando o termo é usado para líderes da Igreja em Atos refere-se a um grupo de pessoas que demonstravam amor e honra ao Seu Senhor através daquilo que eram e faziam na comunidade dos santos. Entretanto “diakonos” também não é usado para a construção do verbo no versículo 2.
A terceira opção seria o uso do termo “leitourgos” (de onde temos ‘liturgia’ ou ‘liturgo’ em português). “Leitourgos” refere-se àqueles que servem ao Senhor sendo uma bênção para os seus irmãos. “Leitourgoi” seriam verdadeiros abençoadores, edificadores do corpo de Cristo. Pessoas que, pela vida e caráter, eram uma bênção perto, para aqueles que os rodeavam. Este é o termo usado para compor o verbo “servindo” (leitourgounton), ou seja, “servindo como leitourgoi”: abençoadores em Antioquia. “Então disse o Espírito Santo: separai-me para a obra a que os tenho chamado”.
Antes de serem uma bênção longe, entre os gentios, Paulo e Barnabé eram identificados como uma grande bênção perto, em Antioquia. A característica apontada pelo texto a respeito destes dois homens que iniciaram a obra missionária como a conhecemos hoje não foi a competência intelectual, títulos ou profundidade teológica mas sim fidelidade, e nesta ênfase eles eram fiéis perto.
Algumas aplicações práticas poderia ser feitas.
Uma aplicação pessoal.
Se você não é um “leitourgos”, uma bênção, perto (e não há nada mais perto de nós do que a nossa família) creio que você nunca o será longe.
Uma aplicação eclesiástica.
Se a sua igreja local ou agência missionária não for uma bênção perto (e não há nada mais perto da igreja do que a própria igreja), para aqueles com os quais você convive semanalmente no templo, lares e salas de aula, ela nunca o será longe.
Uma aplicação missionária.
Não envie para longe aqueles que não são uma bênção perto.
1 Co 4:9 – Vocação martírica
Como podemos avaliar o nosso esforço missionário ? A partir dos resultados na transmissão da Palavra ou a partir da fidelidade em transmiti-la ?
Creio que nós não fomos chamados a converter as nações; fomos chamados a testemunhar, e testemunhar com total fidelidade a mensagem de um Cristo vivo. É o que mostra-nos 1 Coríntios 4:9 quando o texto afirma que os “apóstolos” (representando a Igreja que avançava) eram postos em “último lugar”, como se “condenados à morte”. E termina dizendo que “nos tornamos espetáculo ao mundo, tanto a anjos quanto a homens”.
O termo para “espetáculo” neste verso é “theatron” de onde temos a palavra “teatro” em português. “Theatron” literalmente significava “estar em um palco sendo observado”. A idéia é de um grupo teatral se apresentando em um palco iluminado por tochas que eram postas ao seu redor. Cada palavra dita, gesto realizado, movimento ou intenções estavam sendo cuidadosamente observados pelo auditório.
A verdade simples e contundente que sai deste texto é que você e eu, a Igreja de Jesus Cristo, estamos sendo observados, e não apenas por homens mas também por anjos. A ênfase desta afirmação portanto não é simplesmente kerigmática, no sentido simples de uma Igreja que existe para apenas proclamar o evangelho de forma inteligível, mas sim martírica: uma comunidade de santos que, antes de mais nada, foi chamada para falar, viver, agir e reagir em fidelidade de vida. O verso não fala a respeito de salvação mas sim de testemunho.
Missões não é um empreendimento que pode e deve ser medido pelos resultados alcançados mas deve ser definido pela fidelidade na comunicação do amor de Deus ao mundo e portanto não é a competência mas sim a vida e caráter que definirão a obra a ser realizada.
2. A AÇÃO MISSIONÁRIA NÃO DEVE SER DEFINIDA APENAS EM TERMOS DE INTERPRETAÇÃO HISTÓRICA MAS SIM DA REALIDADE ATUAL DO CAMPO
Há um silogismo histórico na formação de missionários que tenho visto acontecer não apenas aqui no Brasil mas também em vários novos países que começam a enviar missionários para campos transculturais.
Normalmente partimos do pressuposto de que basta-nos copiar ou adaptar um modelo de formação missionária de países europeus ou do Estados Unidos pelo fato de que eles, nos últimos 50 anos, tiveram um grande impacto missionário em todo o mundo. Entretanto, em rápida observação pelos mais de 80 campos missionários espalhados por cerca de 40 países ao redor do mundo com os quais tive contato nos últimos 10 anos pude perceber que nossa formação padrão missionária não tem sido, via de regra, suficiente para alcançar os grupos menos ou não alcançados da atualidade, o que é provado pela cifra de que apenas 2% dos missionários enviados pelos “novos países” missionários (entre eles Brasil, Coréia do Sul e Nigéria) chegam a atuar em grupos ainda intocados pelo evangelho apesar desta ser a grande ênfase em suas igrejas locais e nacionais.
Isto é explicado por um raciocínio muito simples. Os PNAs (Povos Não Alcançados) e PMAs (Povos Menos Alcançados) não são, em sua maioria, grupos que nunca listaram na estratégia de alcance de alguma agência missionaria ou junta de missões ao redor do mundo. Em nossa historiografia missionária podemos perceber que ao menos 70% destes são grupos deixados para um “segundo momento” simplesmente pelo fato de serem mais resistentes do que outros.
Entre os Konkombas, onde são faladas 23 línguas diferentes que se subdividem em mais de 64 dialetos, há cerca de 180 clãs. Dentre estes 180 clãs, 40 mostram-se mais resistentes ao evangelho, e dentre estes cerca de 20 são totalmente fechados para o evangelho. Onde iniciamos o trabalho entre os Konkombas ? Entre um dos 140 mais abertos para o evangelho, os menos resistentes.
Esta é uma lógica seguida em quase toda experiência missionária nos últimos 100 anos, portanto devemos entender que os PNAs e PMAs que ainda temos hoje são certamente o restante mais difícil. São aqueles que, ao longo da história, apresentaram grande resistência lingüistica, antropológica, fenomenológica, política, geográfica, religiosa ou espiritual. Formam hoje o quinhão dos “mais difíceis” e não dos desconhecidos. Pelo grande esforço missiológico de homens de Deus nos últimos 30 anos nós sabemos onde estão e quem são os PNAs, entretanto um grande número, talvez mais de 8.000, permanecem ainda intocados pelo evangelho.
A conclusão óbvia quanto ao preparo missionário é que precisamos que nossos missionários tenham hoje um preparo mais profundo do que missionários enviados ao campo 50 anos atrás pois lidarão com o remanescente mais difícil. Trabalharão com aquelas línguas, culturas, contextos religiosos, geográficos e políticos que fizeram esmorecer agências e juntas de missões nas últimas décadas levando-os a redirecionar seu efetivo pessoal.
O continuísmo histórico nos trará frustações. É necessário preparar nossos missionários além do trivial.
3. A AÇÃO MISSIONÁRIA NÃO DEVE SER DEFINIDA EM TERMOS DE ALVOS A SEREM ALCANÇADOS MAS SIM DE BARREIRAS A SEREM ULTRAPASSADAS.
O preparo missionário brasileiro precisa ser uma resposta à realidade do campo. A Antropologia Cultural e Teologia Bíblica mostram-nos o possível e necessário dualismo quanto trata-se da prática missionária.
A Antropologia Cultural identifica quais são as “perguntas existencias” entre os grupo e a Teologia Bíblica responde a estes questionamentos. Em nossa experiência entre os Konkombas há 17 perguntas chaves, identificadas pela metodologia antropológica, que foram trazidas à luz da Palavra para o desenvolvimento de teologia bíblicas que respondessem ao conflito existencial, desde a poligamia até o uso de armas durante guerras tribais. No Brasil, em uma rápida leitura do movimento evangélico brasileiro sobre aquilo que é dúvida no coração e existência de milhões, é óbvio que precisamos hoje de uma boa teologia de bênção e maldição, prosperidade e sacrifício, religiosidade e cristianismo além de tantas outras.
Utilizando este mesmo artifício para analisar o campo missionário de maneira global, a pergunta a ser feita seria: Porquê certo número de PNAs continuam não alcançados até o dia de hoje ? Encontraremos algumas fronteiras que precisam ser ultrapassadas em lugares e circunstâncias próprias.
Fronteira humana
Enfatizo aqui o desafio lingüístico, cultural e político-geográfico.
Cerca de 35% dos PNAs existentes falam línguas tonais, subtonais, proverbiais ou aglutinantes que se distanciam profundamente de todo pressuposto linguístico, fonético ou gramatical, que possuímos no ocidente.
Mais de 50% dos PNAs existentes são caracterizados como “socio-restritivos” o que, em jargão antropológico, significa que possuem profundas barreiras culturais na absorção de valores transmitidos por alguém fora do círculo social conhecido. Dentre estes encontramos as etnias mais arredias e isoladas.
Politicamente temos vivido um final de milênio onde o nacionalismo exacerbado reavivou a religiosidade étnica e local. Islamismo, Budismo e Induísmo nunca foram tão declarados como “religião do povo” como em nossos dias.
As distâncias geográficas foram encurtadas pela tecnologia do transporte e comunicação mas as fronteiras políticas internas foram redefinidas nos últimos 40 anos gerando “Funais” em inúmeros países com poder e autoridade localizadas, sob um tom nacionalista/moderno/antropológico e de negativa influência para as Missões atuais.
É necessário entender o campo missionário a fim de preparar aquele que será enviado de acordo com as fronteiras a serem ultrapassadas.
Fronteira Espiritual
Outra boa parte dos PNAs e PMAs situam-se em um contexto de forte poder e controle espiritual. É necessário prestarmos atenção em grupos e regiões onde já houve por diversas vezes um esforço missionário sem continuidade.
Nos últimos três anos a “depressão profunda” tem sido um dos principais temas entre missionários no campo. Tenho afirmado que precisamos conceber o fato bíblico-existencial de que a batalha espiritual na qual estamos envolvidos fabrica efeitos não apenas em um nível místico, entre os céus e a terra, mas em um plano humano, sensível e experimental. O balanço emocional dos nossos missionários deve ser uma das maiores prioridades das agências e igrejas enviadoras pois é sem dúvida um sintoma de que tem havido falta de verdadeiro pastoreio entre eles.
Efésios 6:12 afirma que a nossa luta não é contra o “sangue e a carne” (estrutura humana patrocinadora do pecado) mas sim contra diferentes forças espirituais malévolas, dentre elas o que é denominado por nós como “dominadores deste mundo tenebroso”. O termo grego para esta expressão é “Kosmokratoras”, usada cerca de 500 a 600 anos antes de Cristo referindo-se a um grupo de homens e sábios que, durante as guerras, reuniam-se para estudar, processar e raciocinar a respeito do movimento inimigo preparando um plano de contra-ataque ou proteção. Eram verdadeiros estrategistas.
Este é o termo (Kosmokratoras) que o Espírito Santo utilizou para esta categoria de seres caídos, o que traduzimos no português como “dominadores deste mundo tenebroso”. São os “estrategistas do mal” e pinta-nos a figura de um grupo de demônios incumbidos de processar as informações sobre o movimento do Reino de Deus e propor um contra ataque.
Não temos uma revelação específica a respeito disto entretanto devemos entender baseados em Efésios 6:12 que o Império das Trevas não é formado por um grupo de demônios desmiolados voando aleatoriamente e fazendo aquilo que repentinamente lhes vêm a mente. Vivemos em um processo estratégico onde, por deixarmos de contribuir para o vestir da armadura de Deus em nossos missionários enviados para a linha de frente, vemos vidas preciosas sucumbirem perante os desafios que se levantam.
Fronteira Missiológica
Vivemos no Brasil uma síndrome de PNAs. Há um conceito geral entre nossas igrejas onde informalmente se crê que Missões define-se em um trabalho com PNAs e ouve-se falar sobre “verdadeiro missionário” como aquele indivíduo que sai a procura de um grupo isolado, via de regra ágrafe e preferencialmente em algum país pobre e distante. Isto é apenas uma parte da ação missionária, fruto de romantismo, e reflete apenas uma pequena parcela da realidade de campo. Precisamos desmistificar este conceito e passar a conscientizar nossas igrejas, agências e juntas que Missões envolve todo o esforço da Igreja ao redor do mundo que se mobiliza sob o propósito de ver a glória de Jesus entre todas as nações.
Pessoalmente creio que vivemos no Brasil uma saudável euforia quanto aos PNAs mas humanamente falando precisamos hoje de um preparo missiológico compatível com a realidade do campo missionário. Entendo que possuímos como país uma vocação para o plantio de igrejas e evangelização entretanto a pergunta a fazer é: “Temos hoje uma estrutura de ensino, preparo e treino forte o suficiente para transformarmos o sonho brasileiro de enfatizar as missões aos PNAs e PMAs em realidade ?”
4. GOSTARIA DE PROPOR A CONTINUIDADE DO SONHO BRASILEIRO EM TRÊS ESTÁGIOS
Preparação missionária em uma abordagem integral, interativa e conjunta,
Utilizando nossa experiência missionária e minimizando
O prejuízo histórico
Experimentamos hoje um prejuízo histórico. Nossos primeiros missionários, em grande escala, foram enviados nos últimos 15 anos (boa parte encontra-se ainda no campo) e nossos missiólogos estão agora se formando. Portanto creio que trabalharemos ainda por mais 10 ou 15 anos neste “prejuízo histórico”, mas não necessariamente em um prejuízo missionário.
Lembro-me que, atuando entre os Konkombas, por várias vezes utilizei três ou quatro dialetos distintos para expor um conceito neotestamentário. Eu selecionava o “melhor” que cada dialeto possuía afim de explicar uma realidade bíblica.
No Brasil possuímos grupos especialistas em lingüística, há escolas com bons professores em antropologia cultural, temos alguns missiólogos que praticamente assumiram um ministério “intinerante” em várias escolas, há um bom número de teólogos, pastores com boa formação e alguns poucos missionários já “aposentados” com uma vasta bagagem quanto à vida no campo. Entretanto não há nenhum esforço conjunto, parceria mais global, que utilize “o melhor que temos” de maneira interativa e via de regra este “melhor” encontra-se espalhado por diversas escolas, instituições, agências, igrejas e campo.
O momento que vivemos é de ajuda mútua, de andarmos lado a lado, de lançarmos mão do “melhor” que nós temos para formar muitos outros: capazes, de bom caráter e com a visão do Reino. É necessário medirmos o campo juntos, analisarmos o desafio que temos como nação e formarmos a base para um ensino e preparo realista perante as barreiras que se opõe a nós.
Não é segredo que nas rodas missiológicas no exterior o missionário brasileiro em geral é visto como um plantador de igrejas, grande evangelista mas fraco em lingüística, antropologia cultural (especialmente fenomenologia religiosa) e com dificuldades para a formação de teologias bíblicas.
PNAs. Não é preciso abortar nosso sonho. É necessário investir em sua realização.
Reavaliação de campos, missionários e prioridades
Precisamos avaliar o que já foi feito para evitar criarmos um hiato entre passado e futuro. A reciclagem missionária deveria ser a grande ênfase, ao meu ver, das agências e igrejas enviadoras, nesta virada de milênio.
Realismo missionário é algo geralmente difícil de ser conquistado pois requer humildade na presença do Senhor e discernimento do Espírito para vermos não apenas nossos desafios mas também nossas limitações.
Criação de modelos missionários entre PNAs e PMAs
Precisamos de uma dúzia de modelos de trabalhos missionários entre PNAs e PMAs afim de transformá-los em paradigma, pontos históricos de referência para a geração que surge.
É necessário aprendermos com a nossa curta história, valorizá-la e pesquisá-la. Certa vez a
Dra Francis Popovich disse-me que “Deus usa tudo aquilo que aprendemos”. É momento de promover, localizar e aprender com aquilo que Deus.
Conclusão
Finalmente gostaria de reafirmar minha convicção nas prioridades bíblicas. Em Atos 1:8 encontramos a estratégia viável e plausível de Jesus em círculos cada vez maiores. O evangelho precisaria alcançar Jerusalém, Judéia, Samaria e Confins da terra. Era sabido por todos que “quanto mais longe de Jerusalém” menos alcançados eram os povos. O Evangelho da época estava ainda geograficamente confinado e assim imbutiu-se na cabeça dos crentes da Igreja germinante de Atos que “quanto mais longe melhor”, mais necessidade haveria.
Esta era uma verdade para as primeiras décadas do século I entretanto não é realidade hoje. O Cristianismo difundiu-se, espalhou-se geográfica, lingüística e politicamente, diluiu-se em várias culturas e passou por um processo de sincretismo em diferentes épocas.
Se Atos 1:8 não é um modelo missionário mas sim uma estratégia de missões viável na época, qual o princípio missiológico por trás desta estratégia ? Talvez Paulo foi o que mais rapidamente entendeu este princípio na mente de Jesus e o relatou em Romanos 15:20 quando disse: “esforçando deste modo por pregar o evangelho, não onde Cristo já fora anunciado…”.
Creio assim que “não onde Cristo já fora anunciado” é o princípio que propôs a estratégia missionária para a Igreja em Atos e deve ser a bússola que mostre o caminho para as missões brasileiras em nossos dias.’, 1, 1, 0, 21, ‘2007-01-26 11:25:47’, 62, ‘Ronaldo Lidório’, ‘2007-12-03 21:35:43’, 62, 0, ‘0000-00-00 00:00:00’, ‘2007-01-26 11:25:10’, ‘0000-00-00 00:00:00’, ”, ”, ‘pageclass_sfx=\nback_button=\nitem_title=1\nlink_titles=\nintrotext=1\nsection=0\nsection_link=0\ncategory=0\ncategory_link=0\nrating=\nauthor=\ncreatedate=\nmodifydate=\npdf=\nprint=\nemail=\nkeyref=\ndocbook_type=’, 4, 0, 9, ”, ”, 0, 10148); (34, ‘Plantio de Igrejas’, ‘Plantio de Igrejas’, ‘Iniciaremos este seminário partindo de um pressuposto coletivo: todos cremos que, em obediência ao Senhor Jesus, devemos espalhar o Evangelho de Cristo entre todos os povos da terra até que o Senhor venha.
Se cremos assim gostaria de lhes propor que o Plantio de Igrejas é a forma mais eficiente, auto-sustentável e duradoura de comunicar o evangelho dentro de um perímetro local, seja um bairro em contexto urbano uma etnia culturalmente definida pois:
a) Gera demanda pela comunicação de um evangelho culturalmente compreensível;
b) Estabelece localmente o reino;
c) Duplica o efeito missionário pois igrejas plantam igrejas.
‘, ‘Atos 1: 1-8
Observando o texto
Este texto confronta-nos com o princípio da prioridade. Na obra de expansão do Reino entre até aos confins da terra lidamos com uma tarefa multifacial mas é necesário sermos relembrados da prioridade no ensino missiológico de Cristo.
‘Chronos’ é o termo utilizado para ‘tempo’ no versículo 6 para a pergunta dos discípulos a Jesus: “… lhe perguntavam: Senhor, será este o tempo em que restaures o reino a Israel ?” A pergunta era absolutamente escatológica pois ‘Chronos’ refere-se ao tempo humano, linear. Era uma pergunta sobre a agenda dos últimos dias. Estes discípulos indagavam qual seria o dia, mês e ano da restauração do Reino a Israel.
A forma como esta pergunta foi elaborada mostra a distorção doutrinária daquilo que foi o centro dos ensinos de Jesus no último ano de seu ministério: o Reino de Deus. Quando eles perguntam: :”será este” (‘touto’ – indica que eles esperavam uma restauração imediata com objetivo definido, um rompante de Deus intervindo no mundo da forma como existia na época); “que restauras” (‘apokathistaneis’ – aponta para uma reconstrução nacional política) e o complemento ‘a Israel’ dá um tom político/territorial, a independência de Israel.
Voltando à pergunta inicial: “será este o tempo” do versículo 6 entendemos que o texto poderia optar entre duas possibilidades mais comuns para compilar a resposta de Jesus no versículo seguinte quando o Mestre enfatiza que “não vos compete conhecer tempos ou épocas”. Para a expressão ‘tempos ou épocas’ o texto poderia utilizar a mesma expressão encontrada no versículo 6: “Chronos”. Desta forma Ele estaria dizendo que não era da competência dos discípulos conhecer o ‘tempo humano’ (dia, mês e ano) em que o Reino seria restaurado. Assim Jesus condicionaria o assunto escatológico a um plano humanamente inteligível.
Outra opção textual seria a utilização do termo ‘Kairos’ para ‘tempos ou épocas’ na resposta de Cristo e assim enfatizaria que ‘não vos compete conhecer o tempo de Deus’ “os fatos e acontecimentos que assinalavam um momento certo ou errado de algo acontecer” nas palavras de Tertúlio Cônico. Desta forma Jesus afirmaria que não era da competência dos discípulos conhecer o ‘tempo de Deus’, o momento apropriado na economia do Pai para que o Reino chegasse.
Para nossa surpresa textual a expressão ‘tempos ou épocas’ no versículo 7 utiliza ambos os termos e conceitos: ‘chronous kai kairous’ (o tempo humano e o tempo divino) e com isto o texto afirmava que a prioridade de Jesus não era escatológica (os últimos dias, os eventos finais, a consumação dos séculos) mas sim missiológica quando o versículo 8 intervém com a expressão ‘mas recebereis poder ao descer sobre vós o Espírito Santo e sereis minhas testemunhas…”. Com estas palavras Jesus explicava o Reino: Ele criara uma Igreja funcional e não apenas contemplativa, nascida para espalhar a Sua Palavra a todos os povos, em todas as gerações, até a Sua volta. Missões.
Paulo entende este princípio e em Romanos 15:20 ele explica que “aqueles que nada ouviram” são a prioridade de Deus em relação à evangelização mundial. E isto pode ser perto ou pode ser longe. Tanto em uma tribo isolada quanto do outro lado da rua. O valor de uma alma, para Deus, é o mesmo: mais que o mundo inteiro.
Tendo em mente estes pressupostos estudaremos um pouco a respeito do desafio mundial de plantio de igrejas. Quais são os elementos necessários para um movimento de plantio de igrejas ?
1. Centralidade do Evangelho: A necessidade de haver abundante evangelização
Em um processo bíblico de plantio de igrejas é necessário sermos lembrados que a centralidade da Palavra define a fidelidade da Missão. Ou seja, não podemos optar por mecanismos que simplesmente culminem em resultados atrativos mas sim por mecanismos fundamentados na Palavra e na visão de Deus.
Devemos aqui reconhecer que nossos ministérios não devem ser definidos em termos de resultados mas sim de fidelidade ao Senhor. Este é um desafio difícil em países como o Brasil onde há grande atração pelos resultados visíveis e contábeis. A resposta bíblica, creio eu, é não negociarmos os valores da Palavra. Na África já evangelizei aldeias com os mesmos métodos e o mesmo fervor. Em algumas ninguém se converteu. Em outras, centenas de conversões. Pude aprender duas coisas em particular:
a) Os resultados decorrentes da evangelização procedem exclusivamente do derramar da Graça de Deus;
b) O Senhor espera de nós caráter e não apenas reputação; fidelidade mesmo na ausência de frutos.
Entrentanto em um movimento de plantio de igrejas é preciso também crer que a Palavra, o Evangelho de Deus, lançada na terra irá germinar.
Com este pressuposto a quantidade e constância da evangelização torna-se a ação fundamental em um processo de plantio de igrejas. Em um campo missionário, seja culturalmente distinto ou geograficamente próximo, a abundância na evangelização deve ser uma prática constante. Alguns campos não frutificam porque investem mais tempo na estruturação missionária e menos na atuação missionária e este é um perigo que permeia desde as nossas igrejas locais até nossos campos mais distantes.
Estive estudando, durante um trabalho de consultoria missionária, alguns campos no oeste africano (Gana, Costa do Marfim, Nigéria) e na América do Sul (Norte do Brasil, Peru e Colômbia) onde diferentes processos de plantio de igrejas estavam em andamento. Dividi os campos missionários em duas categorias:
a) Nível de estruturação: (observando a presença de postos missionários bem estabelecidos, boa mobilidade com transporte próprio, sistema de comunicação funcional entre as equipes missionárias e supervisão cultural e linguística);
b) Nível de evangelização: (observando a presença de iniciativas evangelísticas pessoais, múltiplas tentativas de comunicação comunal do evangelho, uso da literatura, filmes etc)
As conclusões já eram esperadas: igrejas nasciam em maior quantidade e maturidade nos campos onde havia abundante evangelização mesmo em detrimento de baixa estrutura missionária. De forma geral, de cada 10 iniciativas de evangelização, não mais que 2 terminavam com bom êxito, portanto apenas os campos com abundate evangelização foram visivelmente frutíferos.
Se desejamos plantar igrejas, a macro-estrutura para subsistência missionária como transporte, mobilidade, comunicação, moradia e capacitação será de grande cooperação para o processo final. Entretanto o fator determinante será a presença de abundante evangelização.
David Brainerd na evangelização dos indígenas na América do norte registra, para sua surpresa, o maior resultado evangelístico em sua reunião com menor estrutura missionária quando, na ausência do seu intérprete que adoecera, ficou em seu lugar um índio bêbado com pouca fluência no inglês que mal conseguia ficar sentado sem cair. Em seu diário, após impactante experiência com os efeitos da evangelização mesmo na ausência de uma estrutura ideal, escreveu: “a mensagem vai além do mensageiro”.
2. O desafio do Evangelista: o caráter vai além da habilidade.
Neste processo de plantio de igrejas é preciso haver um equilíbrio entre a capacitação e o caráter. Conheço alguns PhDs em teologia que atuam como missionários ao redor do mundo os quais, tenho a impressão, não passaram ainda por uma real e pessoal experiência com Deus.
Por outro lado conheço missionários cheios de Deus e apaixonados por Jesus os quais não tiveram uma oportunidade de preparo que pudesse maximizar seus dons e habilidades, e pagam por vezes um alto preço devido a isto.
Precisamos entender que a caráter do mensageiro não define a comunicação da mensagem mas facilita a sua compreensão.
Após três anos entre os Konkombas, quando a Igreja crescia rapidamente e o Evangelho alcançava lugares remotos, perguntei aos líderes locais certa vez sobre a razão principal pela qual éramos aceitos entre eles:
a) Habilidade de falar no dialeto local e ser entendido com facilidade;
b) Compreensão da cultura, costumes e forma de vida Konkomba;
c) Envolvimento pessoal com a sociedade tribal.
Eles então responderam: “O que leva o nosso povo a parar para ouvi-lo é porque você sempre sorri quando nos vê, parando para nos cumprimentar e alegre em nos escutar”. Naquele dia eu escrevi em meu diário: “caráter é mais importante que habilidade”.
William Davis, tentando fazer-nos diferenciar entre a ilusão do palco e a realidade da vida, compara caráter e reputação quando diz:
“As circunstâncias nas quais você vive determinam sua reputação;
A verdade na qual você crê determina o seu caráter;
Reputação é o que pensam a seu respeito;
Caráter é aquilo que você é;
Reputação é a fotografia;
Caráter é a face;
Reputação fará de você rico ou pobre;
Caráter fará de você feliz ou infeliz;
Reputação é o que os homens dizem a seu respeito no dia do seu funeral;
Caráter é o que os anjos falam de você perante o trono de Deus”.
3. A comunicação do Evangelho: modelos e estratégias
Gostaria de gastar algum tempo falando sobre estratégias para plantio de igrejas. Obviamente há fatores distintos em épocas e contextos diferentes mas nossa proposta hoje será estudar valores bíblicos que marquem grandes e visíveis movimentos de plantio de igrejas no mundo atual. Analisando os escritos de David Garrison, as pesquisas mais recentes da World Mission International e o banco de dados da WEC International (AMEM) além de contribuições pessoais de missiólogos como Patrick Johnstone, David Barrett, Bruce Carlton, J. Johnson e David Watson há possivelmente no mundo hoje mais de 200 grandes movimentos de plantio de igrejas em pleno andamento. Alguns deles são:
– Movimento de plantio de igrejas entre os Khmer no Cambodja onde 3.3 milhões de pessoas foram mortas no regime autoritário de Pol Pot’s entre 1975-1979. Vários cristãos também foram mortos e em 1985 não havia mais do que 450 evangélicos entre o povo Khmer. A partir de 1999 o número de evangélicos cresceu de 600 para mais de 60.000 divididos em 700 igrejas. Hoje registram-se mais de 100.000 evangélicos e mais de 800 templos entre eles.
– Movimento de plantio de igrejas na cidade de Kanah na China onde um rápido crescimento evangélico mudou o cenário de 3 igrejas reconhecidas pelo Estado para 57 novas igrejas dentro de dois anos. Em novembro de 1997 contabilizou-se mais de 450 igrejas em três províncias e mais de 18.000 pessoas entregaram-se ao Senhor Jesus. Hoje Kanah é uma das mais influentes regiões cristãs na China com mais de 500 igrejas reconhecidas.
– Movimento de plantio de igrejas entr os Kekchi na Guatemala onde este grupo com cerca de 400.000 pessoas vivendo na região de Alta Verapaz foi impactada pelo evangelho. Entre 1993 e 1997 mais de 20.000 pessoas aceitaram ao Senhor Jesus e 245 congregações nasceram. Entre 1997 e 2000 outras 10.000 pessoas aceitaram ao Senhor Jesus e há entre eles hoje mais de 400 igrejas registradas.
– Movimento de plantio de igrejas entre os Kui na Índia, um grupo com 1.7 milhões de habitantes na região de Orissa, estado na costa leste da Índia. Os primeiros convertidos vieram para Cristo em 1914 com missionários ingleses. Nos anos 20 algumas poucas igrejas nasceram. A partir de 1988 mais de 100 igrejas surgiram, especialmente ligadas a missionários da Southern Baptist Mission. Entre 1988 e 1991 as igrejas aumentaram para mais de 200. Entretanto entre 1993 e 1997 houve um crescimento ainda maior e mais de 900 igrejas foram registradas entre os Kui com cerca de 80.000 convertidos.
– Movimento de plantio de igrejas entre os Giriama no Kenya onde, em 1970, 90% era animista fetichista. O movimento missionário teve inicio em 1974 e em 1981 um rápido e impactante crescimento de igreja tomou conta dos Giriama. Em três anos foram registradas 180 igrejas. A cada ano, desde 1993, nascem em média 28 novas igrejas entre os Giriama e províncias ao redor.
– Movimento de plantio de igrejas entre os Mizo na Índia com uma população de 686.000 pessoas. O evangelho chegou entre eles em 1894 através de missionários britânicos. Em 1900 contavam com 120 cristãos. Como resultado do avivamento no país de Gales em 1904, um número expressivo de missionários foi enviado para esta etnia. Somente a partir dos anos 50, entretanto, os resultados passaram a ser mais visíveis e conversões em massa eram notificadas. Hoje 85% de todos os Mizo na Índia consideram-se cristãos.
– Movimento de plantio de igrejas na Etiópia, África, país com mais de 60 milhões de habitantes. Até 1994 não havia mais do que 1% de evangélicos no país. Entre 1994 e 1999 Great Harvest of Souls Mission registrou a conversão de 10 milhões de pessoas em todo o país. Hoje, 16% da população considera-se cristã. Great Harvest mencionou o estudo de caso de uma congregação a qual, entre 1995 e 1997 cresceu de 2.500 para 25.000 pessoas.
Alguns valores em comum entre estes 7 movimentos de plantio de igrejas.
a) A visão define a rota
Analisando mais de 90% dos processos de plantio de igrejas mais amplos e frutíferos pode-se notar que havia um desejo intencional de desenvolver um forte e impactante movimento de evangelização seja entre um povo, cidade ou país.
O valor aqui, portanto, é a visão pois nenhum campo missionário, ou ministério, é maior que a sua visão. E como nem toda visão da Igreja é necessariamente visão de Deus precisamos buscar intensamente a visão do Senhor para nossos ministério em cada época das nossas vidas.
b) A missiologia estabelece os valores
Os valores que devem fundamentar um processo amplo de plantio de igrejas são diversos mas mencionaremos os principais, presentes nos movimentos citados.
1. Oração. Presente em todos os movimentos de plantio de igrejas antecedendo cada processo. Patrick Johnstone, um dos maiores missiólogs dos nossos dias afirma que “Quando o homem trabalha, o homem trabalha. Quando o homem ora, Deus trabalha”.
2. Abundante evangelização. Nenhuma tecnologia missionária substitui o poder da comunicação pessoal do evangelho. O evangelho foi abundantemente comunicado em cada um dos movimentos de plantio de igrejas estudados, de forma criativa, fiel e constante.
3. Fidelidade à Palavra. Há muitas estratégias de movimento de massa que são funcionais entretanto não são bíblicas. David Hesselgrave alerta-nos dizendo que “nem todo novo pensamento é dirigido pelo Espírito. Nem tudo o que é novo é necessariamente bom. A Bíblia é antiga, o Evangelho é antigo e a Grande Comissão é antiga…”. Na verdade ele defende que neste imenso mar de necessidades no mundo não alcançado precisamos entender que “o evangelho dá a direção… pois a Palavra precede a nossa visão”. Nos movimentos de plantio de igrejas estudados a Palavra não foi negociada. O alvo primário era a fidelidade e não apenas os frutos.
4. Liderança local. Todo amplo movimento de plantio de igrejas que tornou-se regionalmente duradouro contou com um forte envolvimento de pessoas locais desde a primeira fase. O investimento em pessoas locais, passando-lhes a visão, paixão e estratégias garantirá um processo de plantio de igrejas que vá além do missionário ou evangelista.
5. Liderança leiga. Os mais rápidos processos de plantio de igrejas no mundo contam com forte utilização da força leiga tanto na expansão quanto no amadurecimento das igrejas plantadas. Os crentes, apaixonados por Jesus e com maturidade cristã, eram os instrumentos de expansão do evangelho.
6. Plantio de igrejas plantadoras de igrejas. A reprodução de igrejas plantadas em uma segunda fase idealisticamente deve ser feita através dos frutos e não da raiz do movimento. Nesta etapa o(s) missionário(s) devem estar já assumindo uma posição de supervisão da visão e encorajamento, e não de linha de frente. Igrejas devem plantar igrejas. O modelo missionário que sugiro é: Inicie, discipule, reproduza, assista, encoraja e parta.
c) Alguns passos e observações gerais
a) Mapeamento etno-cultural e geograficamente definido. Devemos saber qual a extensão do desafio.
b) Análise cultural e fenomenológica. É preciso entender as vias culturais para a compreensão do evangelho.
c) Comunicação inteligível (individual ou comunitária) do evangelho.
d) Adoração e vida diária da igreja na própria língua materna.
e) Rápida incorporação dos novos convertidos à vida da igreja.
f) Consciência de urgência evangelística já transmitida no processo de discipulado.
g) Identificação de líderes locais o mais cedo possível.
h) Treinamento para líderes com alvos definidos.
i) Descentralização da autoridade eclesiástica. Cada igreja local possui responsabilidade local.
j) Ênfase no caráter cristão.
k) Supervisão contínua quanto ao amadurecimento espiritual.
Conclusão
Uma alma vale mais que o mundo inteiro e isto pode ser perto ou longe. Missiólogos nos mostrarão o caminho mas é necessário sabermos que apenas homens apaixonados por Jesus levarão o evangelho até aos confins da terra. Neste caminhar plantio de igrejas parece-me ser a estratégia mais consistente, culturalmente viável e duradoura de evangelização.